Consequências do Estigma

As pessoas com doença mental, tal como a maioria das pessoas, apresentam objetivos de vida como, por exemplo, a obtenção de um emprego, viver numa habitação de uma forma independente e confortável, entre outros.
Estas oportunidades da vida diária são, muitas vezes, afetadas, negativamente pelo estigma. Mesmo sabendo-se que as pessoas com doença mental têm vontade de trabalhar, verifica-se uma restrição de oportunidades em instituições públicas e privadas.

Os estudos, inclusivé, revelam que possuir um posto de trabalho/ocupação é um fator que aumenta a autoestima e qualidade de vida. Confirmam, ainda, que em comparação com pessoas com problemas físicos, as pessoas com doença mental têm menos oportunidades de emprego. Quando conseguem emprego, tendem a ser recrutados para postos de trabalho que não incluam responsabilidades elevadas. Neste contexto, existem crenças erradas que se relacionam com um desempenho profissional negativo de pessoas com doença mental. Alguns exemplos são as expectativas de um elevado número de absentismos e a convicção da existência de competências cognitivas que interferem, negativamente, com a função. Para além das dificuldades na empregabilidade, verificam-se obstáculos no acesso à habitação, pois os senhorios evitam alugueres a pessoas com doença mental.
O número de queixas judiciais é, também, superior quando há conhecimento de se tratar de uma pessoa com doença mental, percebendo-se, desta forma, uma menor tolerância perante estas pessoas.

Tendo em conta estas evidências, ser identificado publicamente como “doente mental” pode ter implicações negativas e difíceis de lidar na vida social, económica e profissional. Esta situação torna compreensíveis as tentativas, por parte das pessoas com doença mental, evitarem os cuidados de saúde mental e desta forma, o “rótulo”. Contudo, a ausência de tratamento limita a qualidade de vida e atrasa a recuperação.

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