O Projeto


Agradecimentos

A elaboração deste trabalho não teria sido possível sem a colaboração e empenho de diversas pessoas. Assim, gostaríamos de expressar gratidão e apreço àqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para que este projeto se tornasse realidade.

Às escolas e a todos os alunos que tornaram possível a realização do mesmo.
Muito obrigado!



Introdução

Enquadrado numa perspetiva de Promoção e Educação para a Saúde, a Campanha SMS Estigma é inspirada no facto de se perceber que apesar de existir uma maior aceitação das doenças mentais, continuam a prevalecer, na comunidade, crenças erradas e mitos que interferem negativamente, com a inclusão social destas pessoas. Algumas crenças e mitos assumem que estas pessoas são mais incapazes, menos responsáveis e que não conseguiriam viver de uma forma independente, situação que parece conduzir a piores resultados pessoais e sociais (Link, Phelan, Bresnahan, Stueve & Persosolido, 1999).

A escassez ou distorção de informação contribui para aumentar o estigma (Kelly, Jorm & Wright, 2007). Esta realidade justifica a importância da intervenção precoce, com grupos específicos, nomeadamente, com adolescentes (Thornicroft, Brohan, Kassam & Lewis-Holmes, 2008). De facto, na faixa etária dos 14 aos 18 anos, os adolescentes encontram-se a construir a identidade pessoal, sendo que estão mais predispostos a integrar informação relacionada com as suas experiências emocionais (Schulze, Richter-Werling,Matschinger & Angermayer, 2003).

Tendo em conta a importância da intervenção na comunidade, o CEERDL desenvolveu este projeto local dirigido a estudantes do ensino secundário de escolas de Caldas da Rainha. Pretende aumentar os níveis de literacia e contribuir para a prevenção de problemas de saúde mental, nomeadamente, através da identificação precoce de sinais de alerta e procura de ajuda. Pretende ainda, através da educação e contacto, diminuir o estigma associado às doenças mentais.



Metodologia


A amostra deste estudo é constituída por 843 alunos do ensino secundário de 47 turmas de 4 escolas de Caldas da Rainha. Do total 346 são do sexo masculino e 497 do sexo feminino com idades compreendidas entre 14 e 26 (M = 16,7; DP = 1,57 e M = 16,42; DP= 1,35, respetivamente)

O procedimento do estudo envolveu a avaliação das opiniões dos estudantes através da versão portuguesa do Opinions about Mental Illness (OMI, Oliveira,   2005)[1] antes e depois da intervenção. Para uma melhor perceção dos efeitos do programa analisaram-se dois grupos experimentais (Grupo 1 = 437 alunos; Grupo 2 = 298 alunos). Ambos tiveram acesso à informação divulgada através de folhetos, cartazes, individuais de mesa, marcadores de livros e o blogue (www.smsestigma.blogspot.com). O grupo 2 participou, ainda, em sessões com a duração de 90 minutos que incluíam estratégias de Educação (informação científica sobre saúde / doença mental) e contacto com uma pessoa com doença mental.

No final da intervenção aplicou-se um Questionário da Avaliação da Satisfação aos alunos do Grupo 2 para obter uma melhor perceção dos efeitos da sessão de Educação e Contacto nos alunos.


[1] Dimensões avaliadas: (1) Autoritarismo: Opinião sobre a pessoa com doença mental como pertencente a uma classe de pessoas inferiores; (2) Benevolência: Visão moralista, paternalista e protetora; (3) Ideologia da Higiene Mental: Expressam uma opinião da pessoa com doença mental como sendo normal. É uma perspetiva que oferece resistência ao estigma tradicionalmente associado à doença mental; (4) Restrição Social: Perspetiva a pessoa com doença mental como um perigo para a sociedade defendendo, assim, a restrição da liberdade destes pacientes; (5) Etiologia Interpessoal: Opinião de que a saúde mental é objeto das escolhas individuais feitas ao longo da vida.
Resultados elevados significam atitutes estigamatizantes em todas as dimensões excepto na dimensão (3) Ideologia da Higiene Mental.

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